7/2/2017
A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no Brasil começou 2017 com alta de 17,1% em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2016. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (6) pela associação de fabricantes (Anfavea), saíram das fábricas instaladas no país 174.064 veículos, contra 148.693 em janeiro do ano passado. "A alta na produção mostra uma preparação das associadas para um mercado melhor em 2017", afirmou Antonio Megale, presidente da Anfavea. No entanto, ao comparar com dezembro de 2016, quando 199.864 unidades foram produzidas, houve queda de 12,9%. No ano passado, a indústria automotiva teve queda de 11%, com 2,15 milhões de veículos fabricados, voltando ao nível de 2004. Vendas caem "O número de licenciamentos não foi bom (em janeiro). Era esperada uma queda, por questão sazonal, sobre dezembro, mas o que nos frustrou foi a queda em relação a janeiro do ano passado, que já tinha sido baixo", disse Antonio Megale. Foi uma queda de 5,18%, o pior desempenho para janeiro desde 2006. Foram emplacados 147.229 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, contra 155.277 no primeiro mês de 2016, de acordo com a federação das concessionárias (Fenabrave). "A queda em relação ao mesmo mês do ano anterior vem reduzindo, mas ainda não estabilizou. Esperamos que isso aconteça ainda no 1º semestre e ainda acreditamos em número positivo no fechamento do ano", afirma Megale. No final de 2016, a Anfavea fez projeção para uma alta de 11,9% na produção em 2017 e crescimento de 4% nas vendas. Por segmentos A produção de automóveis e comerciais leves subiu 17,5% em janeiro de 2017, comparada ao mesmo mês do ano passado. No total, foram produzidas 168.513 unidades, contra 143.359 unidades um ano antes. Em licenciamentos, automóveis e comerciais leves chegaram a 143.768 unidades, com queda de 4% em comparação a janeiro de 2016, com 149.834 unidades produzidas. Para os caminhões, as 4.482 unidades produzidas em janeiro representam uma alta de 7,8% em relação ao mesmo mês de 2016 e de 9,3% na comparação com dezembro. Mesmo assim, as vendas para caminhões foram as piores para janeiro desde 1997. Houve 2.947 emplacamentos, volume 33,3% inferior ao de janeiro do ano passado. "É uma situação dramática. Para uma retomada, são essenciais investimentos e obras de infraestrutura", afirmou Megale. Em janeiro, a indústria produziu 1.069 ônibus, representando queda de 9,1%, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, e alta de 9,9%, em relação a dezembro. Foram vendidas 1.003 unidades, 28,2%, a menos do que em janeiro de 2016, e de 25,1%, contra dezembro. Exportações sobem De acordo com a Anfavea, janeiro de 2017 registrou a melhor marca em exportações para este mês desde 2008. Foram vendidos 37.189 veículos montados ao exterior, o que representa uma alta de 56%, comparando com o mesmo mês de 2016. "Isto indica que teremos um ano bom de exportações", apontou o presidente da Anfavea. No entanto, o otimismo pode sofrer com as mudanças na parceria entre México e Estados Unidos. O presidente norte-americano, Donald Trump, pretende sobretaxar produtos vindos do país vizinho, inclusive carros. Se não conseguir mais vender para os Estados Unidos, as montadoras instaladas no México terão que vender mais no mercado interno ou então buscar outros países, como o Brasil. O México é atualmente o segundo maior destino para os carros brasileiros, atrás da Argentina. Em outra frente, as fabricantes que produzem no Brasil esperam um avanço nas negociações do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. Empregos O nível de empregos se manteve estável entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017. As fábricas contam com efetivo de 121.125 trabalhadores atualmente, contra 121.178 em dezembro. Um ano antes, em janeiro de 2016, o número era de 129.594, o que representa uma queda de 6,5% em janeiro de 2017. "O número de postos de trabalho no setor está estável. Houve um pequeno ajuste de 50 vagas por causa da rotatividade", explicou Megale. A Anfavea informou ainda que havia 8.679 trabalhadores no PPE (Programa de Proteção ao Emprego), com jornada e salário reduzidos, e 1.672 trabalhadores em lay-off (suspensão temporária de contrato) em janeiro. "Algumas empresas aproveitam janeiro pra fazer algum ajuste técnico na linha. Isso é normal. Janeiro e fevereiro são meses de venda mais baixa, sempre os piores do ano", completou Megale.